terça-feira, setembro 23, 2008

Morrem as distracções

Passam-se minutos, deixo-me atrasar enquanto formo palavras com o teclado. Uma resolução toma lugar na minha consciência, uma resolução que fica aquém das coisas... Vou pôr férias no blog (e na minha vida) até final de Outubro. Até já.

Votos à urna num sistema sem anonimato

Por favor, preciso de saber isto:

Caro leitor, acha este blog críptico*?

Responda sim ou não na caixa de comentários, agradece-se uma explicação associada ao voto... :P

Muito obrigado!


*Críptico - figurativo que tem ou que parece ter um sentido oculto ou ambíguo; hermético; misterioso

domingo, setembro 21, 2008

E porque tudo é circular...

... no álbum "Waiting for the sun" dos The Doors, a música que vem a seguir ao "Summer's Almost Gone" chama-se "Wintertime Love"...

Não sei onde vou estar no Inverno, mas antes do Verão acabar...

O fim-de-semana que antecede o equinócio do Outono começou na minha quinta-feira à noite com uma chegada, uma conversa e um jogo. Saltou por cima das horas de trabalho de sexta-feira e continuou com um jantar, dois beijos, dois caipirões e um pé de dança, uma viagem de carro e mais dois dedos de conversa. No sábado, um acordar, uma festa com muitas crianças, o Philip Seymour Hoffman e dois episódios do "True Blood". Um rectângulo de luz branca na minha cama, eu, deitado, a olhar para metade da lua, para lá da minha janela, eram 3h30 da manhã, música nos ouvidos. Um acordar tarde no Domingo, passar fotografias para o computador, viajar até Lisboa enquanto o nevoeiro se vai apoderando da cidade e transforma as coisas por transformar a luz. A pé, o chiado, um corte de cabelo e dois bilhetes. Sentado no chão da entrada de um prédio de uma rua calma de Lisboa, um cuscuz, outra viagem. Escrever este post.

O fim-de-semana só acaba amanhã, decidi eu, antes de pôr o pé fora de casa. Fora deste post ficaram inúmeras pessoas que tiveram o seu fim-de-semana antes do equinócio e sorte minha por ter chocado com elas.

O Verão ainda não acabou, mesmo que já tenha acabado, mesmo que ainda vá começar, e essa é a beleza do calendário que nunca acaba e que nunca me farta apesar de ser sempre igual.

sábado, setembro 20, 2008

A minha música favorita para Setembro

"When the summer's gone where will we be?"

quarta-feira, setembro 17, 2008

Finally alone...

... ou ...

Se considerar que o mundo se desvaneceu de ídolos (aqueles que estão perto de nós e que os vemos como exemplos perfeitos), respiro a liberdade da solidão nas decisões e na ponderação. Continuo a precisar da ajuda dos outros, mas deixei de ver a salvação neles.

E sabe tão bem a liberdade...

segunda-feira, setembro 15, 2008

Três meses e meio para o ano novo e uma promessa para concretizar ainda em 2008. Os mitos não me servem, têm que acabar.

"When the kids had killed the man I had to break up the band"


A oferta veio por mail (thanks sb). Achei que o Ziggy era um bom ponto de partida para arrancar com uma nova semana. Aqui no 5 Years temos exigências: pede-se uma loucura por dia, não se aceitam clichés, a semana não pode terminar sem se tornar especial... Ponham a imaginação a trabalhar.

sábado, setembro 13, 2008

A repressão do desejo

"Though nothing can bring back the hour of splendor in the grass, glory in the flower, we will grieve not; rather find strength in what remains behind."

* Splendor in the grass. 1961

quarta-feira, setembro 10, 2008

Sobre o mega acelerador de partículas e a teoria do buraco negro

- Ah! Mas e se...?

- Passaste milhares de horas a estudar Física?
- Não!

- Leste centenas de artigos sobre o assunto?
- Não!

- Discutiste com dezenas de outros cientistas?
- Não!

- Então o teu "e se?" não vale rigorosamente nada.

O que me tira do sério é a SIC fazer um desenho 3D "realista" da Terra a ser comida por um buraco negro. Tamanha irresponsabilidade!
Saltei da cama, desci as escadas, mordi uma pêra e fiz uma tosta de fiambre, sem manteiga. Superei-me à insónia e pretendo continuar assim, a superar todos os dias... Quando voltar para a cama quero dormir para descansar, mas, sobretudo, para acordar amanhã fresquinho e fazer, fazer, fazer. Está decidido - fazer, para que os dias não pareçam mais pequeninos do que já são.

segunda-feira, setembro 08, 2008

"Everybody's gotta learn sometime"

Joel: I can't see anything that I don't like about you. Clementine: But you will! But you will. You know, you will think of things. And I'll get bored with you and feel trapped because that's what happens with me. Joel: Okay. Clementine: [Pauses] Okay.*

Wait. Don't walk. Não te movas, respira por um bocado. Wait, outra vez. Pára o passo, olha só para trás uma vez mais. Por trás de mim, da parede que me impediu de fugir, da casa, do mundo. Change your heart. Desafoga a mente, e talvez o coração, talvez... Espera um segundo, só um. Estaca, por mim. Pela praia de neve e pelo vento no mar...

* Eternal Sunshine of the Spotless Mind

Black Kids - Hurricane Jane in loop

Segunda ainda não acabou e quem dera já fosse sexta...


"It's Friday night and I ain't got nobody.
Oh, what's the use of making a bed?
I took something and it feels like karate;
it's kicked me down and left me for dead.
It's Friday night and I ain't got nobody,
so what's the use of pulling a shape?
I put what I want, when I want, in my body.
I'm never gonna give what I take"

sábado, setembro 06, 2008

Foi ser giro e inacessível, e molhar-se à chuva.

No seguimento das estações

Encontro-me violentamente urbano na antecipação do Outono.

Respiro o asfalto da cidade, filtrado pelas folhas caídas e absorvo os pormenores: a escada rolante solitária que não se cansa de subir no metro da Avenida, o cinema dark no São Jorge, a azáfama quente da FNAC ou o ribombar sólido do comboio.

Encosto-me na parede molhada e vejo a chuva cair, iluminando a noite ao multiplicar a luz artificial dos candeeiros. Sorrio para mim, a auto-cumplicidade é um sentimento gigante...

Lisboa branca, é cinzenta pelas nuvens, é escura pela noite. Continua maravilhosa agora que o Verão se vai embora e promete sempre dias de sol com tonalidades diferentes no seguimento das estações.

quinta-feira, setembro 04, 2008

"Two fists of solid rock with brains that could explain any feeling"

Com o "My Blueberry Nights" voltei a ouvir o "The Greatest" da Cat Power como se fosse a primeira vez. Apaguei da minha memória emocional aquele mau concerto de Novembro de 2006 e a figura infeliz dela. E é como se de novo, a voz grave e letárgica da Chan Marshall viesse das profundezas de uma noite esquecida e me salvasse da angústia e a trocasse por nostalgia.

A voz da Cat Power é de alguém que já viveu coisas muito piores do que nós e só tem oportunidade de resgatar a pureza do mundo e de si própria quando canta.

"Once, I wan ted tobe the grea teeesst.. .. ... ...

terça-feira, setembro 02, 2008

Take Five - Dave Brubeck


Sim, é esse mesmo. O bar na downtown que queres entrar. O que desces as escadas para a cave e entras no mundo de fumo em que as cara das pessoas são a preto-e-branco. Onde se ouvem segredos camuflados na mais bela história de amor que está a ser contada na mesa ao lado, onde estão duas mulheres lindas e um homem com um sorriso condescendente. E de vez em quando há porrada e de vez em quando há gritos, mas na mesa certa tu ouves tudo como a continuação da canção que acabou e que sustém a respiração antes da próxima iniciar. O bar em que o empregado te conhece, mas nunca saberás se o olhar de reconhecimento vem apenas da memória do último dia ou do último ano. O bar que te vê gastar os teus trocos, que te vê sair de lá bêbedo, alegre, triste, com insónias, fodido com o trabalho e com a vida ou simplesmente a inspirar fundo e a gozar a noite antes de mais um dia nascer.
O bar que te conta segredos nas paredes, nos olhos das pessoas que saem da casa de banho, no sorriso do gajo que bebe o último trago de gin. Que te conta a ti, os teus próprios segredos, numa versão defeituosa, enriquecida, encarnada por outros, demoniaca, visceral e que te obriga, todas as noites, a voltar ali.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Sorry for my square head, but...

... Reentré equals Incógnito!!!!!

Uma chávena de café em modo especial...

...para os dias em que o futuro nos parece assustador.

* Os deuses desaparecem, mas a fé mantém-se nos rituais.