domingo, janeiro 25, 2009
Os meus olhos
Os meus olhos castanho-esverdeados ficam mortos pelo silêncio. Hoje não consigo ver-me através deles no espelho. Os meus olhos castanho-esverdeados que um dia vão desaparecer. E eu deixarei de compactuar com o sofrimento do mundo.
sábado, janeiro 17, 2009
Vida em trânsito
Há uma montanha de roupa em cima da cadeira do meu quarto e muita tralha por cima da secretária. Ontem compreendi finalmente que não vou conseguir arrumar tudo o que deveria ser arrumado, quando tocar na confusão vai ser para empacotar. O que está próximo. As mudanças - ch ch ch changes - estão aí. Vou empacotar-me para outro lado sem muitas dificuldades ou saudades, porque nunca tive jeito para saudades quando tenho a certeza que quero saltar para a frente, pelo menos saudades das situações. Quanto às pessoas, costumo saber quem quero e posso reter na minha vida, e essas não deixo fugir...
Mas há o Tejo e a viagem de comboio diária para Lisboa, que já me acompanha há mais de oito anos (com uma pequena interrupção), e ainda não sei muito bem o que fazer quanto a isso. Entro em Oeiras e saio no Cais do Sodré sempre com o Tejo a planar à minha esquerda - uma visão linda que embrulha uma mensagem de constância. Nos dias de sol o rio é de um azul esverdeado brilhante, nos dias de temporal é de um verde-escuro. Já o vi ser atravessado por nevoeiro, onde só se vê as pontas da Ponte 25 de Abril. Os melhores dias são quando há nuvens a várias altitudes intercaladas com o sol, que reflectem sombras e luz nas águas do rio e a janela do comboio passa a ser um ecrã de cinema onde há tantos pormenores para se reter, que uma viagem de dezassete minutos é demasiado pequena. O Tejo torna-me incansável, nunca me desilude.
Voltando atrás, não sei como ficar sem este momento diário. Parte de mim sabe que, felizmente, o Tejo continua e vai ser meu a partir de outro ângulo. Outra parte já começa a formular a frase "no tempo em que eu andava diariamente de comboio..." e dá uma pincelada azul à memória emocional que vou construindo desta década. Acima de tudo, acho que me contento com a dor da perda - torna o passado mais real e dá maior sentido ao futuro.
Mas há o Tejo e a viagem de comboio diária para Lisboa, que já me acompanha há mais de oito anos (com uma pequena interrupção), e ainda não sei muito bem o que fazer quanto a isso. Entro em Oeiras e saio no Cais do Sodré sempre com o Tejo a planar à minha esquerda - uma visão linda que embrulha uma mensagem de constância. Nos dias de sol o rio é de um azul esverdeado brilhante, nos dias de temporal é de um verde-escuro. Já o vi ser atravessado por nevoeiro, onde só se vê as pontas da Ponte 25 de Abril. Os melhores dias são quando há nuvens a várias altitudes intercaladas com o sol, que reflectem sombras e luz nas águas do rio e a janela do comboio passa a ser um ecrã de cinema onde há tantos pormenores para se reter, que uma viagem de dezassete minutos é demasiado pequena. O Tejo torna-me incansável, nunca me desilude.
Voltando atrás, não sei como ficar sem este momento diário. Parte de mim sabe que, felizmente, o Tejo continua e vai ser meu a partir de outro ângulo. Outra parte já começa a formular a frase "no tempo em que eu andava diariamente de comboio..." e dá uma pincelada azul à memória emocional que vou construindo desta década. Acima de tudo, acho que me contento com a dor da perda - torna o passado mais real e dá maior sentido ao futuro.
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domingo, janeiro 11, 2009
Mission Accomplished
Quatro anos depois, o Closer causa-me quatro vezes mais incómodo do que quando o vi pela primeira vez.
terça-feira, janeiro 06, 2009
O Bowie, sempre actual...
So where's the moral?
when people have their fingers broken
To be insulted by these fascists !!!
...it's so degrading...
And it's no game
"It's no game part 1" - David Bowie. Estávamos em 1980. Aventurem-se...
domingo, janeiro 04, 2009
Tornar a vida mais simples
Vou deitar-me calçado e com a roupa que tenho para ser mais fácil acordar.
sábado, janeiro 03, 2009
Falta de conteúdo
Apetecia-me um café sala de estar. Apetecia-me falar com quem lá entrasse e ser puxado para continuar a conversa rua fora. Apetecia-me ouvir coisas que nunca tinha pensado. Apetecia-me olhar para olhos com a estranheza com que olho para estrelas. Apetecia-me ter algo para dizer.
* Prometo não entrar numa temporada naive. Foi só desta vez.
* Prometo não entrar numa temporada naive. Foi só desta vez.
quinta-feira, janeiro 01, 2009
2009 já arrancou! Está fresquinho e é para ser bem aproveitado... Venham dias novos.
Bom ano! :)
"Arm and arm we are the harmless sociopaths"*
*Aqui pelo 5 years o Andrew Bird já assobia com o seu mais recente "Oh No".
Bom ano! :)
"Arm and arm we are the harmless sociopaths"*
*Aqui pelo 5 years o Andrew Bird já assobia com o seu mais recente "Oh No".
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