Há sete formas de sentir saudade e a última é só minha. Inventei-a agora. Sinto a mais cristalina das saudades passado a ausência. É aí que ela transborda do meu inconsciente, inunda-me o cérebro e liberta-se pelos olhos. É quando volto a ver uma pessoa de quem eu gosto muito, passado meses ou anos de afastamento. Volto a olhar para os seus olhos e abate-se em mim a realidade da perda. Dos dias empobrecidos que se passaram sem ter tido a sua companhia, os dias em que a realidade me subtraiu a sua dimensão.
A sétima palavra mais difícil de se traduzir no mundo, disseram eles, é a saudade. Um número carregado. Hoje sinto outro tipo de saudade, mais difusa, menos preenchida, impalpável e, no entanto, universal. Saudade de viver. Cai na sexta posição.
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