Há sete formas de sentir saudade e a última é só minha. Inventei-a agora. Sinto a mais cristalina das saudades passado a ausência. É aí que ela transborda do meu inconsciente, inunda-me o cérebro e liberta-se pelos olhos. É quando volto a ver uma pessoa de quem eu gosto muito, passado meses ou anos de afastamento. Volto a olhar para os seus olhos e abate-se em mim a realidade da perda. Dos dias empobrecidos que se passaram sem ter tido a sua companhia, os dias em que a realidade me subtraiu a sua dimensão.
A sétima palavra mais difícil de se traduzir no mundo, disseram eles, é a saudade. Um número carregado. Hoje sinto outro tipo de saudade, mais difusa, menos preenchida, impalpável e, no entanto, universal. Saudade de viver. Cai na sexta posição.
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quinta-feira, novembro 05, 2009
sexta-feira, outubro 30, 2009

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sexta-feira, outubro 23, 2009
terça-feira, outubro 06, 2009
Viver com a perda numa cidade cinzenta. Talvez chorar. Talvez deixá-la morar dentro de nós e florescer em feridas que saram com a ajuda de raios de sol fugidios. Abandonar as crostas, transformá-las em rugas que servem as emoções. Que nos tornam mais belos na tristeza e mais vivos quando nos rimos. Abandonar dois terços da juventude sem olhar para trás e recuperar a que nos resta nos passos solitários que damos, nos momentos em que só a cidade sabe de nós.
segunda-feira, maio 25, 2009
Há muito tempo lia-se numa parede: "Beba tudo contra a loucura das multidões." Perto, talvez numa porta, (já não sei...) estava escrito "oh no, not me, I never lost control" nah nah nah "the man who sold the world". Havia também um golfinho nesse sótão (cá está uma palavra com dois acentos), havia sol, o cheiro a calor nas longas tardes de Verão, o cheiro quente da madeira, as clarabóias. Os sonhos.
Sinto-me inquieto.
Sinto-me inquieto.
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quinta-feira, setembro 04, 2008
"Two fists of solid rock with brains that could explain any feeling"
Com o "My Blueberry Nights" voltei a ouvir o "The Greatest" da Cat Power como se fosse a primeira vez. Apaguei da minha memória emocional aquele mau concerto de Novembro de 2006 e a figura infeliz dela. E é como se de novo, a voz grave e letárgica da Chan Marshall viesse das profundezas de uma noite esquecida e me salvasse da angústia e a trocasse por nostalgia.
A voz da Cat Power é de alguém que já viveu coisas muito piores do que nós e só tem oportunidade de resgatar a pureza do mundo e de si própria quando canta.
"Once, I wan ted tobe the grea teeesst.. .. ... ...
A voz da Cat Power é de alguém que já viveu coisas muito piores do que nós e só tem oportunidade de resgatar a pureza do mundo e de si própria quando canta.
"Once, I wan ted tobe the grea teeesst.. .. ... ...
segunda-feira, agosto 04, 2008
"O Verão de tudo o que nunca li"* da Alexandra Lucas Coelho é mesmo isso. É a admiração por aqueles que já leram tanto que parece que leram tudo. É a admiração por tudo aquilo que nos falta ler. É a admiração pela dor que está subjacente não só à leitura, mas ao Verão, a todos os Verões e a todas as estações. É a dor pelo que ainda não vivemos...
*Artigo do suplemento de Verão do Ípsilon de sexta-feira passada.
*Artigo do suplemento de Verão do Ípsilon de sexta-feira passada.
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segunda-feira, junho 16, 2008
As noites únicas
Foi um fim-de-semana mágico, em que a leveza do ser foi sustentada por incontáveis pormenores que a enriqueceram, que a tornaram palpável. Já era dia quando tu disseste "Até Dezembro!" - a nota devastadora que põe o fim a noites que não se repetem tão cedo. Noites em que o estado de espírito e as presenças anulam as ausências reais e as que criamos dentro de nós.
Na próxima sexta ou no próximo sábado à noite vais estar no pool das ausências. Estou conformado com as tuas idas, é o tempo entre as tuas vindas que me afecta.
Até Dezembro! :)
Na próxima sexta ou no próximo sábado à noite vais estar no pool das ausências. Estou conformado com as tuas idas, é o tempo entre as tuas vindas que me afecta.
Até Dezembro! :)
domingo, junho 08, 2008
terça-feira, março 18, 2008
O leitor podia ter ficado ali se não houvesse depois. "Adeus! Vocês são os melhores amigos do mundo!"
O leitor pode escolher ficar para sempre, ali.
Hoje é essa frase que me ribomba na mente. É esse o grito. É a sensação desse grito enquanto grito.
"Vocês são os melhores amigos do mundo!"
O leitor pode escolher ficar para sempre, ali.
Hoje é essa frase que me ribomba na mente. É esse o grito. É a sensação desse grito enquanto grito.
"Vocês são os melhores amigos do mundo!"
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segunda-feira, fevereiro 18, 2008
"Mistaken for strangers" - The National
"oh you wouldn’t want an angel watching over
surprise, surprise they wouldn’t wannna watch
another uninnocent, elegant fall into the unmagnificent lives of adults"
Oiço esta música há meses, mas só há poucos dias resolvi olhar com atenção para a letra. Fica aqui este excerto. Um apontamento brilhante do peso nostálgico que carregamos, nos dias em que somos a maior das nossas desilusões. Nos dias em que queremos passar despercebidos.
A letra integral aqui. A música no myspace da banda.
surprise, surprise they wouldn’t wannna watch
another uninnocent, elegant fall into the unmagnificent lives of adults"
Oiço esta música há meses, mas só há poucos dias resolvi olhar com atenção para a letra. Fica aqui este excerto. Um apontamento brilhante do peso nostálgico que carregamos, nos dias em que somos a maior das nossas desilusões. Nos dias em que queremos passar despercebidos.
A letra integral aqui. A música no myspace da banda.
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
Smile like you mean it
Enquanto as bandas vêm e vão, enquanto aparecem, tranformam-se num hype e afundam-se nele, nós vivemos. Nós seguimos a nossa vidinha, vamo-las ouvindo, vamo-nos acontecendo nas músicas delas. Passado uns anos, quando voltamos àquela canção, não conseguimos resistir ao impulso da nostalgia, de nos fixarmos nos momentos que essa música ajudou a fabricar. E se sorrirmos com as recordações, queremos sorrir como o Brandon Flowers diz, "Smile like you mean it".
Hoje, com os The Killers, lembrei-me de 2005. Não sorri com medo de falhar.
Hoje, com os The Killers, lembrei-me de 2005. Não sorri com medo de falhar.
terça-feira, janeiro 08, 2008
Oh sailor, sailor...
Do Pacífico, mais do que tudo, elas recordam-se de Corto Maltese...
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terça-feira, dezembro 11, 2007
Sonho nostálgico a 2 tempos
Penso sobre tudo isto:
Sobre as estações, os Outonos, as cadências dos calendários que partilham ou são o espelho dos nossos sentimentos.
Penso na companhia de mim próprio, na solidão, nos vazios.
Sobre os passos, as horas vagas, os desenrolares das tardes, as réstias de sol.
Nas melodias reais que o meu imaginário transforma em estórias, em sonhos, em vivências.
Sobre os olhares, as respirações, os lamentos, as dores.
Penso nos milhares de passos que dou, que não aglutinam nada, inoportunos na sua procura por coincidências.
Sobre a alma, o vento e as multidões anónimas.
Reconheço-me em cada percalço da juventude, em cada cheiro etéreo de esperança que se deposita no futuro.
Sobre as estações, os Outonos, as cadências dos calendários que partilham ou são o espelho dos nossos sentimentos.
Penso na companhia de mim próprio, na solidão, nos vazios.
Sobre os passos, as horas vagas, os desenrolares das tardes, as réstias de sol.
Nas melodias reais que o meu imaginário transforma em estórias, em sonhos, em vivências.
Sobre os olhares, as respirações, os lamentos, as dores.
Penso nos milhares de passos que dou, que não aglutinam nada, inoportunos na sua procura por coincidências.
Sobre a alma, o vento e as multidões anónimas.
Reconheço-me em cada percalço da juventude, em cada cheiro etéreo de esperança que se deposita no futuro.
quarta-feira, novembro 21, 2007
"Wake up this morning"
E na madrugada em que completo 25 anos lembro-me da vontade e da urgência com que fiz os 22... Sinto uma nostalgia que o 11:11 do Rufus (in loop) não me deixa esquecer, embrenhada nas simetrias internas com que a vida nos respira. A ponta de solidão a mais contrapõe com o que se viveu. É aproveitar o momento. Daqui a pouco deito-me, adormeço e acordo com o mundo a girar.
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sexta-feira, novembro 02, 2007
Agora, só para ter um aumento de nostalgia pelo vivido e pelo que não vivi...

...revia, de bom grado, este filme.
segunda-feira, outubro 08, 2007
O Capacete Dourado

All at sea again
And now my hurricanes have brought down this ocean rain
To bathe me again
My ship's a sail
Can you hear its tender frame
Screaming from beneath the waves
Screaming from beneath the waves
All hands on deck at dawn
Sailing to sadder shores
Your port in my heavy storms
Harbours the blackest thoughts
As margens da fotografia fazem fronteira com a memória. Nela, afundas-te e expandes-te. Ouves os sons que no papel não vês, ouves a memória das vozes da juventude. Voltas a sentir o cheiro dos dias e das noites em que sonhavas com outro amanhecer...
O filme O Capacete Dourado está no cinema. Uma versão dos Ocean Rain dos Echo and the Bunnymen pode ser ouvida aqui.
quarta-feira, setembro 19, 2007
Olhei para o lado. Ao longe a rua descia, o taxi não me deixou focar muito tempo o ponto mas foi o suficiente. Mentalmente fixei-me na curva que já não se via, na vegetação densa que já não existia, no fim de tarde quente em que o meu irmão me ensinou a andar de bicicleta naquela rua. Era um entardecer de Primavera, daqueles em que o sol estava prometido para o dia seguinte.
Em Setembro, tenho saudades de Maio.
Em Setembro, tenho saudades de Maio.
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quarta-feira, agosto 01, 2007
Relembrem-se de um Verão qualquer dos anos 70, falo dos anos 70 porque não estava vivo. Por isso posso recordar de uma forma cristalina as sensações que quero. Dos filmes, das iconografias, das longas imagens de uma praia quente, com tons pálidos mas preenchida por sensações cheias. Onde a cor e o preto e branco se misturam criando um mood único. O "Lust" dos The Raveonettes pôs-me assim, nostálgico por esse Verão dos anos 70. Ou será que foi dos anos 60? Não sei. Entretanto, fico à espera do novo álbum da banda.
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terça-feira, junho 12, 2007
Language
Num dos momentos mais belos do filme "Shortbus", o antigo Mayor de Nova York é perdoado com um beijo. Perdoado por representar o medo de uma década coberta por uma nuvem negra, por um pesadelo. O medo que nasce sempre com o desconhecido.
"Everybody knew so little then... I know even less, now."
Durante toda essa sequência, Scott Matthew (dono de vários temas da banda sonora e participante as one of the Shortbus House Band no filme) canta uma canção lindíssima de dor, preenchida por uma mágoa profunda e esquecida. Chama-se "Language". Pode ser ouvida aqui.
"Everybody knew so little then... I know even less, now."
Durante toda essa sequência, Scott Matthew (dono de vários temas da banda sonora e participante as one of the Shortbus House Band no filme) canta uma canção lindíssima de dor, preenchida por uma mágoa profunda e esquecida. Chama-se "Language". Pode ser ouvida aqui.