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quarta-feira, dezembro 24, 2008

Viajei protegido como se estivesse dentro de um couraçado e não de uma bagageira. Deitado, de lado, mais perto do que nunca da estrada e das curvas, mais perto do que nunca do chão. Fui, com a certeza de estar seguro por serem vocês que estavam à frente, a ditarem o rumo do caminho, a permitirem a mudança.

domingo, outubro 26, 2008

Quem dera fosse amanhã...

E já só penso, na "minha alegre casinha", que modesta ou não vai estar preparada para histórias novas. E já só penso em descidas ao Lux, subidas ao Bairro, viagens ao Incógnito. O Cais do Sodré tão perto e o miradouro da Graça logo ali. O trabalho à distância de uma corrida e de um Metro.
E já só penso em uma vida. Com sons antigos e futuros, que juntos criam momentos e memórias novas. Um imaginário total. E já só penso em tudo isto bem acompanhado. Com outra família, aquela que se escolhe.

quarta-feira, julho 23, 2008

Tenho saudades vossas. Gostava de ser rico, alugar uma casa e levar-vos para lá. Aí, vocês podiam divertir-se com os meus desalinhos diariamente. Ver-vos rir é ouro.

Boa viagem!

segunda-feira, junho 16, 2008

As noites únicas

Foi um fim-de-semana mágico, em que a leveza do ser foi sustentada por incontáveis pormenores que a enriqueceram, que a tornaram palpável. Já era dia quando tu disseste "Até Dezembro!" - a nota devastadora que põe o fim a noites que não se repetem tão cedo. Noites em que o estado de espírito e as presenças anulam as ausências reais e as que criamos dentro de nós.
Na próxima sexta ou no próximo sábado à noite vais estar no pool das ausências. Estou conformado com as tuas idas, é o tempo entre as tuas vindas que me afecta.

Até Dezembro! :)

sábado, março 15, 2008

A 5 de Fevereiro de 2007 escrevi este post: "No carrossel dos amigos estou sempre pronto a entrar.". Hoje não consigo deixar de sentir leviandade nesta frase e olho-a com descrédito. O amusement que está subjacente a ela é-me agora indiferente... Não sou menos sensível ao carrossel que possa ser a vida dos meus amigos. Sou mais clínico, menos inocente e adivinho melhor o sofrimento que está para vir. Em contrapartida tenho muito mais energia para ajudar a combater esse sofrimento.

quarta-feira, março 05, 2008

Hoje,

...a surpresa de um café com alguém que anda geograficamente longe. A facilidade em como se põe a conversa em dia. Nem um segundo de estranheza. A saudade e o afecto a embrenharem-se. O conforto da amizade. Quente, quente, quente...

domingo, maio 13, 2007

Noite guardada

Dancei ao som dos LCD Soundsystem. Girei em torno de quem gira à minha volta e perdi-me com vontade nas densidades das existências. Dialoguei, sorri. Se me viram com os braços para cima, então perderam a minha cara de abandono, em que os incógnitos permaneceram incógnitos apesar de formarem a multidão.

Dancei, entrelaçado e livre. Como alguém disse sobre outra coisa qualquer: "É simples, mas não tanto...".

"We're safe, for the moment.
Saved,
For the moment"*

* "Someone Great" dos LCD Soundsystem, que pode ser ouvido aqui.

quinta-feira, maio 10, 2007

Desaceleração: corredores e memórias

Fico à espera dos segundos certos.

Das matizes de uma noite contidas num momento.

Do aroma destilado do convívio.


Gosto da meia-luz, do que falta por descobrir e de repente se torna claro, do que sempre tive como certo e de repente foge para o reino da dúvida.

Encontro nos corredores por onde passamos o contexto da situação. Afinal, é tão inebriante estar como ser.

E já agora, sorriam, estão a ser fotografados!

quarta-feira, março 07, 2007

As escadas

Eram exteriores, de incêndio e iam até ao terraço. O motivo nunca era o café ou o tabaco, essas foram sempre as desculpas. A caminhada até ao final do corredor era sedutora, depois abria-se a porta, que por razão nenhuma se deixava fechar e lá estavam: as escadas. Eram impessoais, de metal, frias, um imaginário que acabava ali - no propósito objectivo da sua função, para subir, para descer. Mas naquele patamar onde a subida tinha início havia mais: um balde branco de plástico (um banco excelente), os tabaqueiros a crescerem, beatas por todo o lado, alguém a requerer a privacidade de um telefonema, um fumador ausente, memórias de pessoas, memórias de memórias...
Os três reuniam-se aí: depois do café da manhã, do almoço, à hora do cigarro da tarde, ou nas muitas vezes em que a vontade não deixava esperar pelo encontro horário. Trocavam-se conversas, revelavam-se segredos, forjavam-se planos com a garantia certa que passado cada dia aquele espaço ganhava uma áurea maior de intimidade, ao mesmo tempo que, paradoxalmente, se aproximava o momento da partida.
Viveram os melhores momentos daquelas escadas no último Verão, durante o café da manhã. A certeza de um dia soalheiro e longo, os momentos de pausa a seguir a uma revelação, a transpiração da juventude que sugere tudo: até a promessa da sensação eterna de se estar vivo.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

No carrossel dos amigos...

... estou sempre pronto a entrar.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

À minha avó. Ao meu mano.

Olho para lá da janela. Tento ver o mesmo que a minha avó - que está do meu lado esquerdo - vê. Olho pretensioso, como se por um segundo, 88 anos de vida e experiência, de calo e dor, ocupassem o meu cérebro. Resta-me imaginar que vejo.
Mas a minha avó vê o seu filho mais velho a sair de casa, a entrar num carro e a partir, mais uma vez. Foram tantas as vezes... Muitas, muito mais dolorosas. Acho eu.
No seu dia de aniversário quero acreditar que o beijo que o seu filho mais velho lhe deu foi um momento de felicidade. Não sei que dizer. Sei tão pouco...


Ao entardecer, a sombra vai preenchendo rapidamente os telhados do meu bairro.


Um dia frio acompanha-te aos teus 25 anos de existência. Um dia contido, com rasgos de céu entre nuvens que chovem. Também não alcanço o teu olhar, apesar de estar muito mais perto. Mas sei tão pouco... Decifro no entanto uma busca pela indiferença, pelo esquecimento. Não quero estar certo.
Ainda vais estar ao meu lado, hoje. Serei uma parte no teu dia de anos, mas tu serás uma imensidão na minha segunda-feira de 29 de Janeiro. Anseio o jantar, partilhar dias contigo, viver mais um pouco...