É na frase que abre o livro de Doris Lessing no seu "O Sonho mais Doce" que tudo começa e acaba. "E partem pessoas que foram filhos afectuosos." Pressente-se o horror na universalidade e melancolia destas palavras, num livro que, se fala do passar das décadas da segunda metade do século XX, é também uma análise lúcida do que é a família e do que são as relações familiares.
Voltei hoje a estas palavras. Aos "filhos afectuosos" que são uma oportunidade para cada família, um começo e fim de amor antes de serem mais nada. Que, invariavelmente, se transformarão em adultos. Vai ser sempre demasiado tarde para a infância.
Mostrar mensagens com a etiqueta Livros. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Livros. Mostrar todas as mensagens
terça-feira, novembro 10, 2009
sexta-feira, junho 19, 2009
sábado, outubro 25, 2008
segunda-feira, agosto 04, 2008
"O Verão de tudo o que nunca li"* da Alexandra Lucas Coelho é mesmo isso. É a admiração por aqueles que já leram tanto que parece que leram tudo. É a admiração por tudo aquilo que nos falta ler. É a admiração pela dor que está subjacente não só à leitura, mas ao Verão, a todos os Verões e a todas as estações. É a dor pelo que ainda não vivemos...
*Artigo do suplemento de Verão do Ípsilon de sexta-feira passada.
*Artigo do suplemento de Verão do Ípsilon de sexta-feira passada.
Etiquetas:
Calendário,
Espaço Mental,
Fascínios,
Livros,
Nostalgia
domingo, julho 13, 2008
Lido hoje no comboio, a caminho de Lisboa
"... Há sempre num recanto do espírito a esperança de uma destruição total, único remédio para o tédio que consome o homem moderno."
in: "Mountolive", terceiro volume do "Quarteto de Alexandria", Lawrence Durrrell, pág. 71, Ulisseia.
in: "Mountolive", terceiro volume do "Quarteto de Alexandria", Lawrence Durrrell, pág. 71, Ulisseia.
Etiquetas:
Horrores,
Humanidade,
Livros,
Vírgulas
segunda-feira, fevereiro 11, 2008
Tudo isto está mais ou menos preso por um fio
"Eu também. E todos. Batam-Yam povoar-se-á de gente nova que por seu turno se interrogará na solidão da noite sobre o que a lua faz ao mar e qual o sentido do silêncio. E para eles também não haverá resposta. Tudo isto está mais ou menos preso por um fio. O sentido do silêncio é o próprio silêncio."*
*In, "O mesmo mar" de Amos Oz, pág.195, edições Asa.
*In, "O mesmo mar" de Amos Oz, pág.195, edições Asa.
sábado, dezembro 01, 2007
Hit the road, Jack!
quarta-feira, novembro 28, 2007
Ainda sobre "O sonho mais doce"
Na introdução do livro, Doris Lessing diz o seguinte: "Espero ter conseguido recriar, sobretudo, o espírito dos anos sessenta, esse período contraditório que, em retrospectiva e comparando-o com o que veio depois, parece de uma inocência surpreendente. Teve pouca da torpeza dos anos setenta ou da avidez fria dos oitenta."
Fica aqui o tease.
Fica aqui o tease.
terça-feira, novembro 27, 2007
O sonho mais doce

sexta-feira, agosto 03, 2007
Não ando à procura de uma experiência espiritual, mas descortinar linha a linha oitocentas e muitas páginas sobre Alexandria - onde o pó, o suor e os corpos são imagens que afloram recorrentemente à cabeça, em pleno Agosto, no meu sótão, sob o risco de desidratar, ter febres e delirar, pode muito bem acabar nisso...:P
Recomeçar,
segunda-feira, julho 23, 2007
Pala, esta é p'a ti
Cinco livros em corrente, certo? *Sigh* Ando tão desinteressante que três deles são técnicos, o quarto uma releitura e o outro é um comics, do Capitão America, mas ganho pontos por ser a edição americana paperback.
Lá vai:
O que é o jornalismo - Nelson Traquina
Sobre a Televisão - Peter Bourdieu
Jornalismo: Questões, Teorias e "estórias" - Nelson Traquina
Os Despojados - Ursula Le Guin, Ficção Científica da boa!
Winter Soldier vol 1 - Ed Brubaker, Comics dos Bons!
Os livros técnicos, são... livros técnicos. :P Não falemos sobre isso. A Ursula Le Guin é espectacular. O Capitão America depara-se com um big issue.
Gente, estou com baixas capacidades para escrever. Hoje fico por aqui.
Lá vai:
O que é o jornalismo - Nelson Traquina
Sobre a Televisão - Peter Bourdieu
Jornalismo: Questões, Teorias e "estórias" - Nelson Traquina
Os Despojados - Ursula Le Guin, Ficção Científica da boa!
Winter Soldier vol 1 - Ed Brubaker, Comics dos Bons!
Os livros técnicos, são... livros técnicos. :P Não falemos sobre isso. A Ursula Le Guin é espectacular. O Capitão America depara-se com um big issue.
Gente, estou com baixas capacidades para escrever. Hoje fico por aqui.
quarta-feira, abril 25, 2007
O mistério - Segunda parte
Na procura interna de respostas e da imaginação descobre-se muitas vezes as "janelas abertas" ou mais propriamente, abrimos as janelas. Foi nesse estado de deixar o ar sair e entrar que me veio parar às mãos o livro do Amos Oz, chamado "Contra o fanatismo". Editado pelo Público e pela Asa, este pequeno livro vinha de borla numa edição deste jornal da semana passada (acho que foi terça-feira, mas não tenho a certeza).
O livro tem três textos independentes e ainda só tive tempo de ler o primeiro. No entanto a visão do autor acerca do fanatismo humano, e por trás, o seu olhar sobre o ser humano é de um interesse maior. Já para o final deste texto intitulado "Da natureza do fanatismo", Amos Oz descreve o ser humano como uma península, com uma parte virada para o mar, para a introspecção e para o eu, e outra ligada à terra, aos outros, aos laços humanos, às pessoas. E que o respeito mútuo por esta condição peninsular era essencial para a manutenção de um equilíbrio. Que era no respeito pelas ideias do outro e na tentativa de consensos e de autocrítica (talvez através do humor) que se mantinha o fanatismo distante de cada um de nós.
Amos Oz também refere de uma forma muito directa o que está na génese do fanatismo:
"Digo que a semente do fanatismo brota ao adoptar-se uma atitude de superioridade moral que impeça a obtenção de consensos." - pp. 17
No nosso feriado mais significativo, onde se comemora a liberdade como um bem maior, no meio de um mundo onde os consensos parecem ser cada vez mais complicados, manter o espírito aberto, lúcido, interrogativo, parece ser urgente. Nessa visão peninsular do eu, procuramos respostas no mar para responder aos problemas da terra e achamos respostas em terra para os problemas do mar. Sempre, com o pensamento e a comunicação a correr num estado livre.
O livro tem três textos independentes e ainda só tive tempo de ler o primeiro. No entanto a visão do autor acerca do fanatismo humano, e por trás, o seu olhar sobre o ser humano é de um interesse maior. Já para o final deste texto intitulado "Da natureza do fanatismo", Amos Oz descreve o ser humano como uma península, com uma parte virada para o mar, para a introspecção e para o eu, e outra ligada à terra, aos outros, aos laços humanos, às pessoas. E que o respeito mútuo por esta condição peninsular era essencial para a manutenção de um equilíbrio. Que era no respeito pelas ideias do outro e na tentativa de consensos e de autocrítica (talvez através do humor) que se mantinha o fanatismo distante de cada um de nós.
Amos Oz também refere de uma forma muito directa o que está na génese do fanatismo:
"Digo que a semente do fanatismo brota ao adoptar-se uma atitude de superioridade moral que impeça a obtenção de consensos." - pp. 17
No nosso feriado mais significativo, onde se comemora a liberdade como um bem maior, no meio de um mundo onde os consensos parecem ser cada vez mais complicados, manter o espírito aberto, lúcido, interrogativo, parece ser urgente. Nessa visão peninsular do eu, procuramos respostas no mar para responder aos problemas da terra e achamos respostas em terra para os problemas do mar. Sempre, com o pensamento e a comunicação a correr num estado livre.
Etiquetas:
Fascínios,
Humanidade,
Livros,
Sociedade