Encontro-me violentamente urbano na antecipação do Outono.
Respiro o asfalto da cidade, filtrado pelas folhas caídas e absorvo os pormenores: a escada rolante solitária que não se cansa de subir no metro da Avenida, o cinema dark no São Jorge, a azáfama quente da FNAC ou o ribombar sólido do comboio.
Encosto-me na parede molhada e vejo a chuva cair, iluminando a noite ao multiplicar a luz artificial dos candeeiros. Sorrio para mim, a auto-cumplicidade é um sentimento gigante...
Lisboa branca, é cinzenta pelas nuvens, é escura pela noite. Continua maravilhosa agora que o Verão se vai embora e promete sempre dias de sol com tonalidades diferentes no seguimento das estações.
4 comentários:
Vais estragar os folhetos turísticos e as poesias foleiras: blasfémia, Lisboa, afinal, quando chove, é cinzenta como outra cidade qualquer! Et voilà!
Belo post, marinheiro.
E grande comentário debbie! ;)
Pois é, Lisboa pode ser cinzenta e até escura, mas nem por isso é menos maravilhosa... E se blasfemei, então repito a blasfémia!:)
No outro dia sonhei com o Porto. Chegava até Aveiro de comboio e depois estranhamente metia-me numa embarcação e de repente surgia-me um Porto imenso e maravilhoso também. A primeira coisa que fiz quando saltei do barco foi entrar numa gelataria e comer um gelado... :P Não se questiona o inconsciente.
Lisboa não tem inverno. Invejo isso em Lisboa.
Tem... é menos fresquinho... :D
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