sábado, setembro 06, 2008

No seguimento das estações

Encontro-me violentamente urbano na antecipação do Outono.

Respiro o asfalto da cidade, filtrado pelas folhas caídas e absorvo os pormenores: a escada rolante solitária que não se cansa de subir no metro da Avenida, o cinema dark no São Jorge, a azáfama quente da FNAC ou o ribombar sólido do comboio.

Encosto-me na parede molhada e vejo a chuva cair, iluminando a noite ao multiplicar a luz artificial dos candeeiros. Sorrio para mim, a auto-cumplicidade é um sentimento gigante...

Lisboa branca, é cinzenta pelas nuvens, é escura pela noite. Continua maravilhosa agora que o Verão se vai embora e promete sempre dias de sol com tonalidades diferentes no seguimento das estações.

4 comentários:

Joana Amoêdo disse...

Vais estragar os folhetos turísticos e as poesias foleiras: blasfémia, Lisboa, afinal, quando chove, é cinzenta como outra cidade qualquer! Et voilà!
Belo post, marinheiro.

Randomsailor disse...

E grande comentário debbie! ;)

Pois é, Lisboa pode ser cinzenta e até escura, mas nem por isso é menos maravilhosa... E se blasfemei, então repito a blasfémia!:)

No outro dia sonhei com o Porto. Chegava até Aveiro de comboio e depois estranhamente metia-me numa embarcação e de repente surgia-me um Porto imenso e maravilhoso também. A primeira coisa que fiz quando saltei do barco foi entrar numa gelataria e comer um gelado... :P Não se questiona o inconsciente.

O Puto disse...

Lisboa não tem inverno. Invejo isso em Lisboa.

Randomsailor disse...

Tem... é menos fresquinho... :D