O dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (O que estava mais à mão, do meu lado direito. Tinha olhado primeiro para o Priberam mas pareceu-me pobre), diz que:
Snobismo: 1 atitude de quem despreza o relacionamento com gente humilde e imita, geralmente de maneira afectada, o gosto, o estilo e as maneiras de pessoas de prestígio ou alta posição social, e/ou assume ares de superioridade a propósito de tudo. 1.1 sentimento de superioridade exacerbado. 1.2 gosto excessivo, geralmente afectado, pelo que está na moda, inclusive trivialidades.
Elitismo: 1 liderança ou domínio por parte de uma elite 2 crença na legitimidade dessa liderança ou domínio e defesa dos seus valores e prerrogativas 3 consciência de ser elite ou membro de uma elite 4 descriminação social e/ou cultural que resulta do elitismo // política que visa antes de tudo à formação e selecção de uma elite intelectual, de sentido pejorativo.
(Sendo elite: 1 o que há de mais valorizado e de melhor qualidade, especialmente num grupo social 2 minoria que detém o prestígio e o domínio sobre grupo social.)
Superioridade: (o 1 e o 2 não estão dentro do contexto) 3 característica do que se julga melhor do que os outros.
Isto tudo devido a uma conversa mais ou menos acesa acerca dos conceitos acima, do que se é e do que não se é, daquilo que é legítimo ser, daquilo que é horrível ser-se... Onde acaba o direito de escolher e começa o comportamento elitista? quando é que se passa a ser snob? quando é que a superioridade acaba por descambar no desrespeito? quando é que atravessamos a linha ténue de mostrar uma opinião para passarmos a impor essa opinião? Como nos comportamos relativamente ao mainstream? A discussão esteve sobretudo focada na música, mas foi bater a outras portas...
2 comentários:
Este post vem a calhar. Se há coisa que não gosto é daquelas pessoas que só gostam de coisas com muita qualidade, que vêm na lista pseudo-intelectual. Já tive muitas conversas destas. Muitas vezes eu, por dizer que gostava de Madonna, era olhada de lado. "Ai gostas?". Gosto, pois. Sou burra, por isso? Aliás, gosto de muita coisa que não vem na lista: revistas de moda, televisão.. Tinha um prof de cultura contemporânea que um dia disse numa aula: "para que é que lhes havemos de dar Paula Rêgo se eles querem é a Quinta das Celebridades?". Eu perguntei-lhe: "E porque é que não podemos ver a Quinta das Celebridades e também a expo da Paula Rêgo?". Enfim...gostei do teu post.
Pois, é complicado. Eu por exemplo quanto a reality shows recuso-me a ver, acho que é um insulto à minha inteligência, não me traz nada de bom. But i get your point. Acho que os produtos culturais que a sociedade oferece são muitos e diversificados, e as nossas escolhas acabam por nos construir. Concordo contigo quando dizes: ""E porque é que não podemos ver a Quinta das Celebridades e também a expo da Paula Rêgo?"", mas acho que se deve ir com um sentido crítico para os dois, e perceber o que é que nos estão a dar...
Enviar um comentário