Desperdicei pele. Queimei-me. Na torradeira. Ardeu-me e doeu. Aquela dor e ardor que o nosso corpo devolve-nos aquando das queimaduras. E lá estou eu a distanciar-me do meu corpo...
Queimei-me, repito. Ficou vermelho, inchou, borbolhou, finalmente curou. Tudo isso espaçado. Com o ritmo que só o corpo tem, na sua cadência necessária e certeira para curar as coisas. Mas a marca ficou. Vermelha. Olho para a pele e lembro-me do descuido, da torradeira, da dor. Tenho uma memória cristalina do momento. E penso sempre, que forma tão estúpida de marcar a minha pele!
6 comentários:
Choque e chapa fotográfica.
É um dos processos da memória.
E normalmente é cristalino e quase sempre para o mal.
Mas as nossas cicatrizes às vezes são um conforto. Aqui tive uma experiência, pensamos, e é bem melhor quando as entendemos.
Engraçado, ontem ia no autocarro e lembrei-me de uma queimadura que fiz com um charro há 10 anos! Já não se vê muito bem a olho nu, mas lá estava ela, entre a memória e aquele círculo pouco nítido, no meu anelar esquerdo. E também me lembro do momento e da dor.
talisca: sim, mas que desperdicío de pele, já viste? Ao menos uma tatuagem tu escolhes!
debbie: mil vezes queimadura por causa da ganza, uma torradeira!? fiquei com a memória de uma torradeira!
Eu não fiz nada! :P
Também ando com uma bela queimadura no meu braço... Forno.
Antes uma queimadura na mão que uma ferida no coração.
extravaganza: grrr, vamos fazer um clube de destruição de electrodomésticos caústicos!!! :P lolll as melhoras para essa queimadura. foi por causa dela que o teu blog tem andado calado?
puto: discordo, ao menos uma ferida no coração tem um sentimento por trás, uma ferida na mão é somente dor.
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