domingo, agosto 24, 2008

A maior parte das vezes chamava-se maria

Era do fumo do cigarro que nascia? Que buscava força para a sua carne? Deitada. Sentada. A luz a bater e a entrar pelo ouvido, a mistura das sensações e dos sentidos. As pernas despidas, o jacto de claridade, a janela aberta, o vento a soprar na cortina.

A doçura negra do desalento.

A memória do último beijo.

Não esperava pelo fim da estação, estava quieta no movimento, soprava o fumo desalinhado do cigarro, criava sombras. Assombrava-se no meio da luz.

2 comentários:

Joana Amoêdo disse...

Fizeste-me lembrar, com este texto, uma canção dos GNR da qual gosto bastante: "Vídeo Maria".

Randomsailor disse...

não conheço a música...